Está ruim? Sem dúvida. Mas não muito pior do que a situação cotidiana que o Brasil já vinha enfrentando.
Impostos exorbitantes, políticos corruptos ditando regras, criminosos dominando as ruas e ameaçando a vida de cidadãos que se sentem reféns da violência. O brasileiro está desprotegido, sem o direito básico de defender sua própria vida e de sua família. A saúde pública é um caos e, assim como a maioria dos órgãos governamentais, funciona mal ou sequer funciona. Enquanto isso, o poder público sufoca oportunidades de trabalho com burocracias absurdas e exigências desproporcionais.
Em resumo: o Brasil vive um estado de caos.
A paralisação em curso não é apenas sobre o preço alto dos combustíveis. Ela despertou no brasileiro o desejo de gritar, de soltar a revolta acumulada há anos. Esse grito, que antes parecia preso na garganta, encontra eco no sentimento coletivo de insatisfação. Não é apenas o combustível caro que indigna, mas também as inúmeras injustiças enfrentadas diariamente nesta pátria verde e amarela. Pela primeira vez em muito tempo, uma fagulha de democracia real — aquela que emana do povo — começa a surgir, ainda que de forma tímida e receosa.
A verdadeira democracia não é essa falada pelos políticos em discursos vazios. Não é a ida às urnas, moldada por sistemas que tentam manipular e controlar as massas. É algo que acontece dentro de nós, no despertar da consciência coletiva e no enfrentamento de um sistema que falha em nos representar. O movimento atual, impulsionado pela paralisação dos caminhoneiros e pela adesão de cidadãos revoltados com a ditadura disfarçada de democracia, mostra isso.
Quer um Brasil melhor? É preciso se impor contra quem te controla.
Retome seu lugar como chefe, e não como subordinado de uma minoria que vive às custas do seu trabalho. Sustentamos um país que não nos pertence, mas sim aos políticos. A falsa sensação de posse sobre nossos bens — casas, carros, objetos — desaparece quando percebemos que pagamos "aluguéis disfarçados" em forma de IPTU, IPVA e outros impostos. Trabalhamos arduamente, mas quem realmente usufrui do fruto desse trabalho?
Toda vez que os brasileiros ocupam as ruas para dizer "não" a um governo corrupto e a um sistema falho, damos um passo em direção à verdadeira democracia. A mudança não está apenas no voto; está na nossa capacidade de lutar por um país onde o poder não esteja restrito a poucos, mas volte para as mãos de quem realmente o sustenta: o povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário